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Desde 2014, o mês de setembro tem como enfoque a prevenção ao suicídio, sendo mobilizada a Campanha Nacional do Setembro Amarelo. 

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina, estima-se que cerca de 12 mil casos de suicídio no Brasil são registrados no ano, muitos relacionados a transtornos mentais. 

O suicídio é compreendido como algo multidimensional, resultado de interações complexas entre fatores sociais, biológicos, ambientais, e outros. Ele pode ser definido como um ato deliberado cuja a intenção seja a morte. 

Mas se não existe registro de como é a morte, ou seja, não se sabe como é, seria possível querê-la? O que se apresenta como desejo de morte, na verdade, é desejo de parar o sofrimento, de estancar a angústia, de matar a imagem que se tem de si mesmo. Em alguns casos, a intenção estaria em estabelecer uma marca eterna na história de seus afetos, de seus familiares, uma forma de registro no mundo. 

Em uma sociedade que se mostra cada vez mais consumista (e consequentemente descartável), os descartes dos sujeitos também têm se tornado uma realidade. Quantos não têm morrido em busca de algum padrão culturalmente imposto? Quantos se sentem excluídos do laço social ou são enlaçados com efeitos prejudiciais? 

Mas então, qual é a importância de fazer uma campanha? 

A campanha destina-se a voltar o olhar para uma realidade da sociedade que marca diversos sujeitos, famílias e comunidades. 

A prevenção deve ser a grande medida. Quando o olhar é direcionado para o raciocínio estatístico populacional, tende-se a pensar as coisas de trás para a frente, ou seja, depois do ato consumado pensa-se em rever o percurso, mas o que é feito para valorizar a vida? Quais medidas proporcionam condições para que a vida não seja precarizada? Acolhemos o sofrimento alheio? Respeitamos as singularidades? 

Neste momento, a grande relevância do setembro amarelo está na abertura de espaços para se falar sobre o tema, nas possibilidades de escuta singular. É importante que seja possível dar voz ao sofrimento, pois na medida em que o sofrimento se transforma em palavra, ele perde sua força. Vale ressaltar que a escuta qualificada e o cuidado na condução do tratamento são essenciais. 

A prevenção é uma construção diária, é mostrar que as diferenças têm espaço, é construir pontes, espaços de pertencimento, inclusão. 

A ACM, acredita na potencialidade da campanha e nas ações de prevenção durante o ano inteiro, com espaços de diálogo para falar e escutar.

Em caso de sofrimento, não hesite em procurar ajuda. Entre em contato com os Centros de Atenção Psicossocial (SUS), os atendimentos sociais ofertados por profissionais capacitados, além do serviço do Centro de Valorização da Vida (CVV – telefone 188 e chat). 

 

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